Coordenada pela Secretaria de Assistência Social, Força-Tarefa em Tubarão realiza 24 edições e aborda 341 pessoas, buscando oferecer suporte e oportunidades de recomeço
A cidade de Tubarão tem mantido uma série de ações semanais voltadas ao atendimento da população em situação de rua, através de uma Força-Tarefa dedicada ao acolhimento, escuta ativa e encaminhamento de indivíduos em situação de vulnerabilidade. No período de janeiro a junho de 2025, esta iniciativa contabilizou 24 edições, resultando na abordagem de 341 pessoas pelas equipes envolvidas.
A coordenação da mobilização é responsabilidade da Secretaria de Assistência Social, Mulher e Família, por intermédio do Setor de Atendimento à População em Situação de Rua (Setor POP). O trabalho conta com o apoio da Secretaria de Saúde, do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), da Secretaria de Serviços Públicos e Zeladoria, dos serviços de acolhimento e de diversas forças de segurança, incluindo a Polícia Militar, a Polícia Municipal e, em ocasiões específicas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Durante a execução das ações, a Força-Tarefa visita uma variedade de locais no município, abrangendo praças, igrejas, construções, viadutos e até cemitérios. Nessas abordagens, as equipes frequentemente se deparam com pessoas em sofrimento psíquico grave, algumas das quais apresentam comportamento agressivo e resistência aos cuidados oferecidos. Apesar desses desafios, o trabalho é conduzido com a manutenção do diálogo, empatia e persistência por parte dos profissionais.
O prefeito Estêner Soratto destacou a relevância do trabalho contínuo e firme das equipes da Força-Tarefa. Segundo o prefeito, além de restaurar a dignidade das pessoas, as ações contribuem diretamente para a redução da população em situação de rua na cidade. Ele mencionou a disponibilidade de vagas de emprego e a necessidade de mão de obra em empresas de Tubarão, ressaltando as oportunidades reais de inserção no mercado de trabalho. O prefeito afirmou que não é aceitável que alguém viva nas ruas quando há a possibilidade de reconstruir a própria trajetória com apoio, tratamento e trabalho, e que a atuação será mantida com responsabilidade, acolhimento e foco em resultados concretos.
No período de janeiro a junho, 49 pessoas foram acolhidas em Comunidades Terapêuticas conveniadas ao CAPS AD. Nesses locais, a permanência é voluntária e pode variar de 3 a 9 meses, com a oferta de atividades de rotina, espiritualidade e acompanhamento mensal por profissionais da saúde. Adicionalmente, 15 pessoas foram encaminhadas para internação hospitalar psiquiátrica devido a crises graves, que representavam risco para si ou para terceiros, exigindo suporte clínico contínuo.
A secretária de Assistência Social, Mulher e Família, Heloísa Cabral, enfatizou a importância do trabalho em rede para assegurar o acolhimento e o atendimento adequados às pessoas em situação de rua. Ela afirmou que cada avanço conquistado representa uma nova chance de recomeço para esses indivíduos.
Nos casos encaminhados ao Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS AD), os pacientes são inicialmente acolhidos por uma equipe multiprofissional. Após uma avaliação médica, o tratamento é direcionado conforme as necessidades individuais de cada paciente. Alguns recebem acompanhamento ambulatorial no próprio CAPS AD, que inclui o uso de medicação e a participação em grupos terapêuticos. Estes grupos, como os de prevenção à recaída, horta e jardinagem, e artesanato, são projetados para fortalecer a autoestima, promover o cuidado em liberdade e auxiliar na reinserção social. Em outros cenários, o encaminhamento pode ser para internação hospitalar ou para Comunidade Terapêutica.
O secretário de Saúde, Otávio Piva, salientou a fundamental atuação da área da Saúde nas ações da Força-Tarefa. De acordo com ele, essa participação é essencial para garantir que as pessoas em situação de rua recebam avaliação e cuidados clínicos, além de serem encaminhadas para tratamento adequado quando necessário.
Até o momento da publicação, a Força-Tarefa já realizou 28 edições. No entanto, os dados detalhados apresentados na reportagem referem-se às 24 primeiras ações, encerradas no mês de junho.
