Alopecia Feminina em pauta na Assembleia Legislativa de SC: Especialistas e deputada discutem impacto na autoestima e tratamentos disponíveis
A Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) sediou nesta quinta-feira (3) o primeiro Seminário Catarinense sobre Alopecia Feminina, intitulado “Não é só cabelo”. O evento teve como principal objetivo destacar como a queda de cabelo afeta significativamente a autoestima feminina, gerando uma série de problemas que impactam, inclusive, a saúde mental.
Com a participação de médicos especialistas na área, o seminário foi proposto pela deputada Dirce Heiderscheidt (MDB), por intermédio da Comissão de Saúde da Assembleia. A iniciativa busca ampliar o debate sobre a alopecia e suas consequências.
Impacto da alopecia na saúde feminina
A alopecia, condição caracterizada pela perda de cabelos ou pelos em qualquer parte do corpo, apresenta uma prevalência considerável no Brasil. Um estudo recente apontou que 32,3% das mulheres adultas no país são afetadas pela alopecia androgenética. Cerca de 12% das mulheres entre 20 e 30 anos já exibem os primeiros sinais da condição. Após a menopausa, a prevalência da alopecia androgenética pode alcançar até 55% das mulheres na faixa etária entre 60 e 70 anos.
A deputada Dirce Heiderscheidt destacou que a alopecia transcende a questão estética, podendo ser considerada uma doença mental com potencial para transformar a vida das pessoas. A condição afeta diretamente a autoestima, gerando quadros de ansiedade, depressão e até mesmo isolamento social.
A Importância do diagnóstico precoce e o testemunho pessoal da deputada
Durante o seminário, a deputada Dirce Heiderscheidt enfatizou a necessidade do diagnóstico precoce para um tratamento eficaz da alopecia. A parlamentar revelou ser portadora da condição e compartilhou sua experiência pessoal com as mulheres presentes no evento, realizado na sede do Parlamento Catarinense.
A deputada explicou que demorou a descobrir a condição, inicialmente confundindo a queda de cabelo com um ciclo normal. Essa demora resultou em uma perda capilar significativa antes do diagnóstico. Após a confirmação da alopecia, ela iniciou o tratamento com medicações e seguiu o protocolo indicado. Diante de sua própria vivência, a deputada percebeu a importância de alertar outras mulheres sobre o problema, ganhando o apoio da Comissão de Saúde da Assembleia para essa missão.
Perspectiva dos especialistas: Tratamento e recuperação da autoestima
A dermatologista Mariana Mello Bonilha, em sua apresentação, esclareceu que “alopecia” é um termo genérico para a queda de cabelo e que existem diversos tipos da doença. Ela ressaltou que, ao contrário do que muitos pensam, a alopecia tem tratamento. A médica salientou que muitas mulheres não procuram ajuda médica ou demoram a fazê-lo, buscando auxílio apenas quando a condição já se tornou irreversível. Bonilha alertou para a importância de estar atenta a qualquer mudança no padrão de queda capilar, pois, embora uma quantidade normal de cabelo caia diariamente, uma alteração nesse padrão é um sinal de alerta.
O médico Mohamed Najmeddine, especialista em transplante capilar há cinco anos, observou um crescimento no número de mulheres que buscam esse procedimento. Ele destacou que o cabelo representa uma parte significativa da identidade feminina, e qualquer questão relacionada a ele gera grande preocupação para o público feminino. Najmeddine afirmou que o transplante capilar contribui para a recuperação da autoestima das mulheres, proporcionando-lhes mais confiança e a possibilidade de retomar uma vida normal, o que ele considera gratificante em sua área de atuação.
O seminário continuou durante a tarde de quinta-feira, com palestras sobre os tratamentos disponíveis para a alopecia e uma mesa redonda focada na saúde emocional da mulher diante do desafio da queda de cabelos. O evento pôde ser acompanhado ao vivo pelo canal da Assembleia no YouTube.
