Setor de serviços atinge novo pico histórico, impulsionado por atividades profissionais e administrativas e mercado de trabalho aquecido, superando níveis pré-pandemia
O setor de serviços no Brasil registrou um crescimento de 0,1% na passagem de abril para maio de 2025, marcando o quarto mês consecutivo de alta. Esse resultado notável eleva o segmento a um novo ponto mais alto na série histórica, igualando o patamar observado em outubro de 2024. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (11), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que tem sua série histórica iniciada em janeiro de 2011.
Em uma análise mais ampla, o desempenho de maio representa um avanço de 3,6% em comparação com maio de 2024. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor apresenta uma expansão de 3%. A recuperação pós-pandemia é evidente, com o segmento de serviços estando 17,5% acima do nível pré-pandemia de COVID-19, registrado em fevereiro de 2020. Desde junho de 2021, o setor tem consistentemente superado o patamar pré-pandemia, reforçando sua resiliência e importância para a economia nacional. Os serviços são atualmente a atividade que mais gera empregos no país.
Expansão Contínua e Destaques Setoriais
Nos quatro meses de altas consecutivas, as atividades do setor de serviços acumularam um crescimento de 1,6%. O mês de fevereiro se destacou neste ano, registrando a maior expansão com 0,9% em relação a janeiro.
Na comparação entre abril e maio, três dos cinco grupos de atividades apresentaram desempenho positivo. O grupo de Outros serviços liderou o crescimento com 1,5%. Serviços de informação e comunicação avançaram 0,4%, e Serviços profissionais e administrativos registraram alta de 0,9%. Por outro lado, Serviços para as famílias tiveram um recuo de 0,6%, e o segmento de Transportes, armazenagem e correio apresentou queda de 0,3%.
Impacto do Emprego e Renda no Crescimento dos Serviços
De acordo com Rodrigo Lobo, analista da pesquisa, o principal impulsionador do crescimento do setor de serviços foi o segmento de Serviços profissionais e administrativos. Este grupo engloba atividades como agenciamento de espaços de publicidade, serviços de engenharia e intermediação de negócios em geral, frequentemente realizadas por meio de aplicativos ou plataformas de comércio eletrônico.
O pesquisador também ressaltou a influência do mercado de trabalho aquecido no desempenho do setor. Um aumento na massa salarial e a redução do nível de desemprego são variáveis que colaboram diretamente para o aumento do consumo, tanto de bens quanto de serviços. No trimestre móvel encerrado em maio, a taxa de desemprego no Brasil recuou para 6,2%, o menor índice para o período desde 2012. Paralelamente, houve recordes no rendimento médio do trabalhador e na massa salarial, corroborando a análise sobre a influência positiva do mercado de trabalho.
Desempenho do Turismo e Panorama Econômico Amplo
O IBGE também divulgou o Índice de Atividades Turísticas (Iatur), que registrou um recuo de 0,7% na passagem de abril para maio, após ter apresentado um avanço de 3,2% em abril. Esta comparação utiliza ajuste sazonal para evitar distorções do calendário. No entanto, na comparação anual (maio de 2025 versus maio de 2024), o índice de turismo demonstrou expansão de 9,5%, impulsionado por avanços em setores como transporte aéreo de passageiros, hotéis, serviços de bufê e serviços de reservas relacionados a hospedagens. No acumulado de 12 meses, o crescimento do turismo é de 6%.
Atualmente, o turismo no país está 12,4% acima do patamar pré-pandemia, mas ainda se encontra 1,1% abaixo do ponto mais alto de sua série histórica, alcançado em dezembro de 2024. O Iatur agrupa dados de 22 das 166 atividades consultadas pela Pesquisa Mensal de Serviços, abrangendo informações de hotéis, agências de viagens e transporte aéreo de passageiros, entre outros.
A Pesquisa Mensal de Serviços é a terceira e última de uma série de levantamentos conjunturais divulgados mensalmente pelo IBGE. Nos dias anteriores, o instituto informou que a produção da indústria brasileira teve um recuo de 0,5% em maio ante abril, e o setor do comércio também registrou uma queda de 0,2% no mesmo período. No entanto, nos desempenhos acumulados em 12 meses, tanto a indústria quanto o comércio apresentaram crescimento, com 2,8% e 3% respectivamente.
Fonte: Agência Brasil.
