PJSC avança na adoção de IA com Microsoft Copilot 365 e capacitação em todas as comarcas para otimizar a Justiça
O Poder Judiciário de Santa Catarina (PJSC) avança na incorporação da inteligência artificial (IA) para aprimorar suas atividades jurisdicionais, focando em um uso estratégico e responsável dessas ferramentas. Entre as próximas ações programadas, destacam-se a concessão de licenças do Microsoft Copilot 365, uma versão aprimorada da ferramenta já disponível, e a oferta de uma ampla capacitação em IA destinada a magistrados e servidores do 1º grau. Essa iniciativa reflete o compromisso do PJSC com a modernização e a inovação, visando preparar sua equipe para os desafios e as oportunidades que a era digital apresenta.
A regulamentação para a concessão de até duas licenças do Microsoft Copilot 365 por gabinete está prevista para ser aprovada ainda em julho. Paralelamente, a capacitação em IA será realizada entre os dias 4 e 29 de agosto, com aulas presenciais e regionalizadas, abrangendo todas as 112 comarcas de Santa Catarina. Nesta fase inicial do programa, serão formadas 33 turmas, cada uma com 30 vagas, totalizando o atendimento a todas as 400 unidades judiciárias do 1º grau. A abrangência geográfica e o número de vagas demonstram a escala da iniciativa e o esforço do PJSC para democratizar o acesso ao conhecimento em IA em todo o estado.
A Academia Judicial, em parceria com a Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI), desempenha um papel fundamental neste projeto. A visão da Academia é aprofundar a compreensão das ferramentas de inteligência artificial, buscando torná-las úteis para aumentar a produtividade, especialmente em tarefas repetitivas. O objetivo é otimizar processos e, consequentemente, liberar a equipe para atividades que demandam análise crítica e julgamento humano, valorizando a expertise dos profissionais do Judiciário. Essa abordagem estratégica visa maximizar os benefícios da IA, direcionando-a para onde ela pode trazer maior eficiência sem substituir a complexidade da tomada de decisões jurídicas.
Fernando Rodrigo Busarello, juiz auxiliar da Presidência e responsável pelo Núcleo de Tecnologia e Inovação do TJSC, explicou que o projeto engloba uma série de ações voltadas para a difusão do uso responsável de IA no Judiciário catarinense. Ele detalhou que a iniciativa é uma “sequência da implantação do Copilot como ferramenta institucional de inteligência artificial generativa, em paralelo à aplicação de IA em diversas tarefas já integradas ao sistema eproc”. Essa declaração sublinha a natureza contínua e multifacetada do programa de IA do PJSC, que não se restringe a uma única ferramenta, mas busca integrar a inteligência artificial em diversas operações cotidianas do sistema judicial.
O conteúdo da capacitação em IA abordará uma gama de tópicos, desde conceitos básicos da tecnologia até temas mais avançados e críticos. Entre os assuntos a serem explorados, incluem-se privacidade e proteção de dados, ética no uso da tecnologia e engenharia de prompts. Além disso, a formação oferecerá orientações práticas para a criação de chats e agentes personalizados que possam otimizar os processos de trabalho no ambiente judicial. Essa abordagem abrangente visa não apenas fornecer as habilidades técnicas necessárias para o uso da IA, mas também fomentar uma compreensão crítica e responsável de suas implicações, garantindo que a tecnologia seja empregada de forma ética e segura.
Esta nova etapa do programa de IA do PJSC se integra a um projeto maior, iniciado em 2024, que já contemplou a capacitação das unidades do 2º grau. Atualmente, o Judiciário catarinense já conta com 900 profissionais treinados em IA, incluindo desembargadores, assessores e colaboradores da DTI. A continuidade da iniciativa reforça a estratégia do PJSC de modernizar e inovar a Justiça, preparando sua equipe para os desafios e as oportunidades da era digital. A implementação da IA é vista como um passo essencial para aumentar a eficiência, aprimorar a prestação de serviços judiciais e garantir que o sistema de justiça de Santa Catarina permaneça relevante e eficaz na era tecnológica.
